quarta-feira, 26 de março de 2014

Coração azul por indução ao lesbianismo


Não presta querer induzir a si próprio, goela abaixo, um tipo específico de liberdade que você já jamais conheceu ou quis fazer parte. O argumento dela foi: “eu já era assim quando você me conheceu”. É, eu tenho medo até de pensar em com que idade ela descobriu cada coisa que já sabe dessa vida, principalmente pelo fato de não serem poucas, ou de serem exageradas demais para a idade, corajosas demais pra o gênero.

Que moleque não gostaria de ver duas garotas se beijando?
                            
Eu não gostaria, não ao vivo, não a minha garota. Alta daquele jeito não parecia minha garota, o efeito daquele maldito licor doce azul deixava a Luz da Manhã estranha, ela nunca usava de sarcasmo comigo, ela podia beber qualquer coisa, isso só acontecia quando era o maldito Curaçau Blue, era só com essa merda que ela pegava pesado, devia se chamar coração azul, que se juntava com a outra cor do apelidinho da amiguinha-tira-onda e com meu rosto vermelho faziam um RGB perfeito, cor e luz se misturando em sintonia com a música de péssima qualidade e o insuportável cheiro de cigarro mentolado - que só de lembrar agora me fez acender um Hollywood vermelho pra firmar o quanto é bom fazer mal pra si com algo que não feda a hortelã queimado – que só me fizeram catar a chave e carteira na mesa e ir embora a tempo do próximo madrugueiro. Você não teria ficado ali, vendo sua namorada beijar a melhor amiga.

“Você me conheceu assim”. De fato antes de eu ganhar um primeiro beijo da Luz da Manhã eu já tinha visto ela beijando outra garota. Por esse motivo a discussão sobre a noite anterior acabou girando em torno de eu ter ido embora sozinho e sim, terminou com um pedido de desculpas que saiu da minha boca, não a da minha garota. Eu sei não por qual razão eu falo da Luz da Manhã agora como se no passado ela tivesse sido minha garota, minha garota e-fe-ti-va-men-te. Eu não sei porque hoje eu me refiro a ela como Luz da Manhã e não como o real nome da vagabunda que furou meu coração com a diversão de quem estoura um plástico bolha.

Eu não sei porque eu me deixava fazer parte daquele pequeno grupo de pessoas que como meus amigos só sabiam me empurrar pra cima da Luz da Manhã e pra longe de mim mesmo. O dono da casa da festinha que eu falava a pouco tinha maior paixão platônica pela menina que tava com os lábios colados nos da minha namorada e estava OK com isso. Era do lado desse cara que eu andava, o quase casal lésbico presente na cena completam o grupo de pessoas que ainda devem falar de mim como um amigo, um amigo viajante, cada um deles em suas casas ou juntos e sem ter a maior ideia de que eu voltei pro Brasil a poucos dias.

A situação em que me encontro agora me faz sorrir sozinho as vezes, enquanto eu ando. Acho que foi por esse motivo que hoje uma senhora com trapos de retalhos, que gritava pra todos na rua XV: “o futuro está próximo! O futuro está próximo!” parou ao me ver passar e disse: “o futuro está próximo filho, o que você vai fazer a respeito?”. Eu parei, olhei nos fundos dos olhos escuros dela e respondi: “Expor a vida pessoal, sexual e criminal de uma cretina em um blog na internet, derrubar cada um que ficar ao lado dela”.


Com um sorriso amarelo e estarrecedor ela me disse que o que quer aquilo que eu disse significasse, era pra eu ir até o final, então me pediu um cigarro. Não que eu tivesse pensando em desistir, mas aquelas palavras me deixaram tão mais motivado que antes de continuar andando eu dei dois cigarros pra velha, então voltei pra casa, sentei e escrevi este texto, na esperança de pelo menos um dos meus amiguinhos da turma da Luz da Manhã reconhecerem a história e irem correndo contar pra ela, pra aí sim, eu começar a disparar aquilo que vai chocar de verdade.


quinta-feira, 20 de março de 2014

Um pouco de rock e comercial de calça jeans

Hoje eu confio no meu modo aleatório, não existia necessidade alguma disso quando tudo o que eu tinha para ouvir música eram CDs em uma prateleira e um aparelho estéreo onde para introduzir aquele objeto circular - cujo lado padrão sempre continha uma linha verde dançando conforme a luz – e apertar play, você precisava confiar em um conjunto da obra e não podia dispor da vantagem de não gostar de uma faixa e com um clique você dizer: - “me traga outra música totalmente diferente”. Quem não confia no seu modo aleatório?

A Luz da Manhã poderia confirmar que eu sempre gostei de consumir álbuns inteiros, ao invés de músicas de trabalho soltas a mando de uma tendência. A forma que eu a conheci foi completamente de todas as maneiras que seguem uma tendência ou um referencial qualquer de como um casal deve se conhecer.

Como eu queria ser estimulado a escrever sobre somente coisas boas envolvendo a minha vida e a dela, da Luz da Manhã, daqui, até o final deste blog.

Final de blog?

Nunca foi minha praia entender como um blog funciona, minha praia tinha um mar amarelo. É, exatamente como você pensou: um mar amarelo repleto de livros amarelados.

Um terço do dia livre, um segundo de impulso, o primeiro post. Eu entrei nisso aqui de bobeira, mas eu tenho na minha cabeça exatamente como vai terminar: legal pra mim, legal pra vocês e não tão legal assim pra Luz da Manhã.

Eu achava que sabia como ia terminar, aquela noite, muito tempo antes de eu pensar em sumir. A música no estéreo chamava-se “Notion”. Eu tinha acabado de soltá-la só com um rápido aperto no controle remoto. Eu fiz assim porque queria parecer o mais desprendido e despreocupado possível (hoje vejo que já conhecia a importância de confiar no próprio modo aleatório) e a música que eu soltei dizia pra ela não bater na porta porque já tinha estado ali antes. Mentira. Era a primeira vez, tudo bem que o primeiro beijo já tinha acontecido e por isso logo depois do primeiro refrão eu já estava com a minha mão debaixo da blusa dela, a mão dela no meu peito, um sussurro me mandando tirar a camisa e antes desse texto começar a parecer um conto erótico – os próximos talvez pareçam mais ainda, culpa da Luz da Manhã, não minha – eu digo que aquela onda terminou como um comercial americano de calça jeans: sem calçados, sem partes de cima e calças devidamente vestidas (teve uma hora que eu não sei como ela conseguiu fechar a minha). Eu não achei a menor graça quando ela, além de recusar começou a dizer que tinha que ir embora e foi.

Eu escondi o sutiã dela quando ela foi ao banheiro antes de vesti-lo. Eu estava bêbado e fiz em tom de brincadeira, ela também estava, mas não achou a menor graça.


Pergunta pra Luz da Manhã se ela está achando graça agora e por quanto tempo ela vai achar graça daqui pra frente. Engraçado teria sido eu não ter devolvido o sutiã e mostrá-lo em foto aqui agora, mas calma, por hora eu vou postar só uma foto de uma linha verde dançante e do preservativo que a gente não usou naquela noite.


segunda-feira, 17 de março de 2014

Sono velado sem polução noturna


Eu sempre soube que poderia me pegar velando o sono da pessoa errada, mesmo que ninguém nunca tivesse me alertado desse risco. Existem muitos riscos que a gente corre sem ser alertado por ninguém. Alguém pode cometer uma atrocidade, uma barbaria, algo nunca visto antes e se realmente nunca foi visto antes não existe lei tornando tal atitude crime, logo, alguém sai ileso.

Se não há provas você sai ileso, a pena é quase um troco, mas nunca foi sobre o código penal, porém, com certeza tem alguma relação com aqueles minutos que eu fiquei observando a Luz da Manhã dormir. Ela sorriu pra mim, a dor quente no meu coração quase me agradava, era assustador porque algo em mim somente achava lindo contemplar aquilo enquanto outra parte quase rasgava minha mente de curiosidade. Confesso que devo ter serrado os punhos por um momento ao imaginar que ela estivesse sonhando com outro cara, mas provavelmente eu devo ter mesmo serrado os punhos por ter imaginado exatamente qual cara poderia ser.

Se alguém encontrar com a Luz da Manhã perto da do Rosário, fala pra ela que o lençol que ela me deu – como se um homem solteiro precisasse ganhar um lençol de alguém alguma vez na vida – amanheceu com um aspecto peculiar hoje. Se ela ainda tiver tempo pra te ouvir por mais alguns segundos, fala pra ela que eu já não lembro de qual foi a última vez que eu sonhei com ela, mas que aquelas fotos, com certeza merecem elas ser observadas por mais alguns admiradores, usuários, entusiastas, como quiser chamar.

Só não fala de material audiovisual nenhum não tudo bem? Eu não quero que ela receba toda essa energia de uma só vez, eu não quero estragar a brincadeira entregando tudo meio rápido, pelas coxas.

Falando em coxas, olha uma foto da coxa da Luz da Manhã aqui, jogada no lençol que ela mesma comprou e em meio a um monte de livro que eu insisto em limpar só pra não ler. Que vontade de jogar esta foto aqui junto com este post, mas não,  você conhece as inimizades da perfeição. Também, não traga a Luz da Manhã aqui não, mas pode trazer outras pessoas. Na verdade considere isso aqui uma festinha melhor frequentada por homens, o tipo de bebida atinge um público mais masculino, o tipo de conversa não faz diferente.

Esta segunda ou terceira noite em casa já me dá a sensação de que eu nunca fui embora, eu nem planejava encostar em um dispositivo tecnológico assim dois dias seguidos, mas confesso que estou bastante excitado com tudo isso, espero que cada um dos envolvidos se ainda estiver também , passe a estar, porque só reclamar não vai fazer bem pra ninguém.


Agora eu vou voltar pro meu livro, que não é este da foto, este é da Luz da Manhã, emprestado da prateleira da mãe. Pelo tipo de livro você já imagina a prateleira.

Derek Dias. "viaje com minha experiência" e siga...

.Experimente a leitura com esse som...

A Grande Viagem


Eu assei marshmallows nas coisas dela. Talvez tenha sido lá no início, ou talvez tenha sido aqui, neste início, que eu me apeguei  a ideia de que toda e qualquer plataforma é válida para explorar, não, eu queria dizer escrever, mas talvez ao longo dessa história ambos os termos assumam um mesmo sentido. 

O nascimento, quem vai dizer que não é uma grande viagem? Negativo, antes disso.

A minha vida, a minha e a de qualquer seja o ser humano, por si só, se considerar todo um trajeto envolvendo o processo em que um humano é concebido, nada mais é do que uma grande viagem - É partir daqui que eu devo te alertar que o sentido da palavra viagem a ser assumido ao longo disso tudo deverá ser escolhido e defendido exclusivamente pela sua própria consciência, seu modo de ver as coisas. Como um integrante de um júri pré republicano, momentos após contemplar uma prova apresentada com lupa e fita métrica. Exata, inquestionável.

Inquestionável. Assim era a razão que me levou a fazer esta minha última viagem, assim era ela também, a razão por traz da razão que me levou pra longe de tudo isso que você - que neste momento passa os olhos por estas linhas - tem ao seu redor agora. Eu não me refiro somente ao meio físico, mas à toda e qualquer coisa que te torne relapso, que passe na sua mente como um vento carregado de folhas secas ou que somente te distraia.

“Distração Responsiva” é como eu gosto de chamar, mas foi bem antes disso, numa festa na casa de um amigo daquele tipo “senhor vagabundo rebelde sem causa” que ela foi a maior exterminadora de devaneios, com um olhar que em um mundo exagerado só de passar por você te deixaria em estado vegetativo. Foi lá que ela deu início a isso tudo. Por mais incrível que pareça não é pra ela que eu estou escrevendo, é pra você mesmo, pra você poder analisar o quão fundo um exemplar feminino específico, vulgo puta cretina, pode furar o coração de um simples cidadão dedicado somente à vida, às viagens mentais, ao lápis e papel e alguns outros meios mais dinâmicos...

A Luz da Manhã furou o coração do cidadão errado. Não sei qual foi o sentimento exato que me fez partir, mas sei exatamente qual me fez voltar e eu me sinto pronto pra usar lápis, papel e todos os meios disponíveis a mim pra chamar a atenção dela, expor ela e servir nem que seja só um pouquinho da refeição que eu provei nos últimos dias da minha maior viagem, pra ela poder sentir um pouco do mal estar que eu senti.


Pra quem ainda não entendeu, Derek Dias voltou pra casa e mesmo que vocês não estejam acostumados com este nome. Esta história está somente começando.